Baratas

"Baratas que me mordam", para mim essa seria a frase ideal.Sou fã do meio ambiente e prezo pelo equilíbrio natural. Mas eu também prezo pelo meu equilíbrio e, se tem alguém que me deixa desequilibrada são as baratas. Eu digo alguém porque elas já se sentem donas do território. Bastou esquentar e lá estão elas, correndo pelas ruas da cidade sem pagar imposto. De esgoto a esgoto, curtindo a paisagem. Isso quando elas não entram na sua casa sem serem convidadas. Ou quando não aparecem na hora do banho para dar aquela esfregadinha na sua perna. Eu não consigo chegar perto de uma barata. Sempre achei frescura fazer fiasco por causa de insetos. Mas, esse ser cosmopolita me dá arrepios, me faz subir em cadeiras, e pior: me faz gritar para o prédio inteiro achar que aconteceu algo muito terrível. Não há raid que me faça combater aquelas pernas e aquelas asas tão assustadoras.

Estou vivendo um período de terror, admito. Os dias quentes anunciam a chegada do verão e,confesso que não estou preparada para elas. Já tentei ser indiferente, mas o bicho é esperto e saca que eu to com medo. Aquelas antenas me perseguem sincronizadamente, é tortura. É um exercício diário que tenho enfrentado para superar a existência das baratas.

O que me assusta é que ainda não avistei nenhuma aqui em casa. O que aumenta a probabilidade que tenho de receber uma visita inesperada. Isso porque, não acredito numa trégua da parte delas. Mas, dessa vez vou surpreendê-las com a minha maturidade e enfrentá-las com dignidade.

Caso contrário: cadeiras aí vou eu.